Sustentabilidade - Hábito ou apenas discurso?
18/04/2012 10:14O termo "sustentável" provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar).
Fonte: Wikipédia
Sustentabilidade é um assunto que tem tido grande projeção na mídia, redes sociais e e está ganhando espaço dentro de inúmeras organizações. Contudo, a reflexão que não podemos deixar de realizar é: Será que este conceito que tem sido mencionado intensamente por vários canais de comunicação está de fato integrado à missão e às práticas cotidianas de pessoas e instituições que vem divulgando tal questão?
Avanços tem ocorrido nos últimos anos, principalmente no que se refere às ações relativas à preservação de recursos do meio ambiente, mas há razões para crer que ainda há um longo caminho a ser percorrido, pois a abrangência do tema parece ser maior do que vem sendo abordada. Visto que, para um empreendimento ser considerado sustentável, ele precisa não só estar ecologicamente correto e economicamente viável, como também ser socialmente justo e culturalmente aceito.
Neste enfoque, além de ações voltadas para preservação de recursos ambientais, aconselha-se ao individuo ou organização que queira construir solidamente este processo, desenvolver um olhar criterioso para:
- A importância de se respeitar a cultura do local ou grupo de pessoas em que se pretende aplicar tais intervenções;
- A preservação da saúde e bem-estar dos indivíduos que participam deste cenário.
Ex: Uma empresa pode ter inúmeras iniciativas voltadas para a preservação do meio ambiente, mas provavelmente não poderá se denominar como sustentável, se pecar no que se refere à falta de atenção relativa à gestão de saúde e bem-estar de seus colaboradores.
Portanto, quais são os caminhos que viabilizam o equilibrio e a execução do processo de sustentabilidade? Certamente, quem tem interesse em consolida-los, deverá ter uma percepção sistêmica, levando-se em conta as quatro variáveis mencionadas acima (ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito), como também, estar atento para alguns fatores, como:
1) Clareza do que precisa ser cuidado;
2) Quais são as consequências em curto, médio e longo prazo, caso não se adote nenhuma atitude prática em relação à gestão equilibrada e consciente deste processo;
3) Uma vez que se tenha clareza da importância da sua efetivação, levantar quais são as ações que promoverão a iniciativa, sendo que os resultados oriundos destas práticas devem ser passíveis de mensuração
Obs: A prática de mensuração permite que a execução do processo possa ser constatemente avaliada, para que seja passível de adequação e aperfeiçoamento.
4) Ao se delinear claramente o escopo do que precisa ser realizado, com as respectivas ferramentas de avaliação, parte-se para a etapa considerada mais complexa que é a formação de multiplicadores. Estes educadores terão a missão de propagar a forma e caminhos para se atingir as metas inerentes à construção da proposta. Nesta fase, o processo de educação, alicerçado em fundamentos éticos é de fundamental importância para o êxito da iniciativa.
O panorâma contemporâneo aponta que sustentabilidade não é mais uma opção de escolha, como se fosse uma onda ou moda a ser seguida , mas sim, questão de necessidade, pois além das tristes transformações ambientais geradas pelo uso indiscriminado do Homem, em que já se sente os efeitos perniciosos desta ação, há também a questão de educação, saúde e qualidade de vida do Ser Humano. Variáveis que impactarão significativamente e de maneira negativa nas organizações e sociedades do futuro, se nada for realizado.
Obs: 1) O aumento da violência, trafego de drogas e o envelhecimento da população aliado à proliferação de doenças crônicas e patologias/disfunções na saúde mental retratam a necessidade de direcionar o olhar da sustentabilidade para a questão da educação, saúde e qualidade de vida, pois estas variáveis tem gerado ônus elevado para a sociedade, nos alertando que a situação tende a se agravar se não houver ações efeitivas para que se reverta este processo.
2) Veja alguns exemplos de:
A) Doenças Crônicas: Hipertensão, diabetes, doenças coronarianas, etc.
B) Disfunções e patologias em saúde mental: depressão, neuroses de angústia, disfunções oriundas do distresse (estresse negativo), etc.
Shirleine Ap. Larubia Gimenes
Consultora do NDH